Niki Lauda e James Hunt nos anos 70 - F1.com
Ayrton Senna e Alain Prost no final dos anos 80 - F1.com
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Ayrton Senna e Alain Prost no final dos anos 80 - F1.com
É inexplicável. Não há como definir a sensação que uma conquista provoca nos corações dos mais apaixonados. A lágrima escorre, a voz embarga, mas o grito está ali. Ele ecoa, mais forte e como nunca antes se ouviu. É o ápice de uma alegria que provoca a catarse coletiva. É a festa que provoca até os mais pessimistas. O melhor lugar do mundo é no abraço que encontra a felicidade no mais puro estado de espírito onde não há cor, gênero ou raça. Como definir uma torcida? E como definir uma torcida de Fórmula 1? A torcida procura no seu ídolo aquilo que espelha em si mesmo. Ela procura o algo que vai além na lembrança mais íntima que possa existir. Ela procura o momento que vai ser lembrado para sempre. É a paixão na mais alta velocidade das pistas.
Falar de Fórmula 1 é relembrar disputas históricas que redefiniram os conceitos de um dos esportes mais velozes do mundo. Não há mérito individual quando se fala em esporte de equipe. O carro desalinhado, o pneu não trocado, o parafuso que não foi apertado. Dentro e fora das pistas, no cockpit ou nos boxes, nos escritórios e no pit wall, todos tem uma ponta de responsabilidade. As desavenças, totalmente comuns e aceitáveis dentro de um ambiente de alta pressão que tem na performance perfeita o seu sucesso, é a válvula de escape onde pilotos e dirigentes protagonizaram brigas homéricas. Mas quando o limite do bom senso ultrapassa a linha da discordância, o sinal de alerta é ligado. E junto com a nova leva de fãs da categoria, vem o fanatismo esportivo. Mas essa história não começa pelo final. A relação entre a imprensa, equipes, pilotos e torcedores com a paixão incontrolável pela Fórmula 1 pode ser medida pelo acelerador conforme as disputas nas pistas ficam ainda mais acirradas.
Disputas em modo "roda a roda", aquelas onde pilotos e equipes somam cada pequeno detalhe e usam as mais diferentes estratégias para ultrapassar os companheiros de grid, são comuns em qualquer categoria do automobilismo. E elas costumam ser o entretenimento perfeito para qualquer fã de velocidade. Quem não ama a arrancada rumo à glória eterna do esporte? Para uma geração acostumada a ver Lewis Hamilton, da Mercedes, e Max Verstappen, da Red Bull Racing, principalmente depois da temporada de 2021, vencida na última volta pelo holandês, entender o histórico de brigas dentro e fora das pistas, que marcaram as temporadas anteriores dos mais de setenta anos de Fórmula 1, é embarcar em histórias e memórias de um verdadeiro vale-tudo pela bandeirada final. Podemos mencionar como exemplo Niki Lauda e James Hunt nos anos 70 – uma história que ganhou roteiro de cinema no filme "Rush" –, Gilles Villeneuve e Didier Pironi, além de Alan Jones e Carlos Reutemann, nos anos 80, e Michael Schumacher com Fernando Alonso no início dos anos 2000. Mas uma das mais célebres disputas da categoria é, até hoje, lembrada como exemplo de uma competitividade que ultrapassa os limites. Para definir a rivalidade que marcou a disputa na temporada de 2021, Toto Wolff, CEO da Mercedes disse em uma entrevista ao jornal Daily Mail: "Se for para a última corrida e quem estiver na frente vencer o campeonato no momento, eles vão lutar muito duro um com o outro, vão fazer um Senna-Prost se estiverem disputando o título". Ele se referia ao campeonato de 1989 com a rivalidade épica entre o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost. O piloto brasileiro precisava ganhar o GP do Japão daquele ano para levantar o título de bicampeão mundial – Senna havia ganhado o campeonato no ano anterior. Para isso, bastava que o rival e, por ironia do destino, companheiro de equipe não conseguisse vencer aquela etapa. No histórico do campeonato, Senna havia conseguido, até então, doze das quinze pole positions em disputa, com seis vitórias. Uma sétima consagrava para sempre o piloto. Após liderar por quarenta e sete voltas, Prost vê a McLaren de Senna se aproximar em um movimento de arrancada na mesma intensidade em que os ânimos começavam a se exaltar. Ao se ver ameaçado na liderança, e em uma decisão irracional, o francês contra-atacou, batendo diretamente no carro do brasileiro, colocando os dois para fora da pista. A desistência fazia Prost campeão mundial. Apesar de voltar para a corrida e ter vencido aquela etapa no Circuito de Suzuka, o brasileiro foi desclassificado por decisão da Federação Internacional de Automobilismo, a FIA, por manobra não permitida na pista ao tentar voltar para concluir a prova. O caso em Suzuka fez com que a relação dos dois ficasse insustentável.
Recentemente, outro piloto brasileiro foi o centro das atenções. Não mais por seus feitos após três títulos mundiais, mas por declarações que o cercaram durante toda a carreira e que, com o passar dos anos, ganharam contornos problemáticos e com possíveis consequências criminais. Em meio a racismo, homofobia e ataques contra a imprensa, Nelson Piquet sempre foi aquilo que não era dentro do cockpit. Ao longo dos anos, colecionou as mais diferentes brigas dentro dos boxes, uma delas com Ayrton Senna, onde chegou a questionar, entre outros, a capacidade do piloto e sua sexualidade. A genialidade e técnica de um esportista apaixonado por carros fez apagar uma história gigante onde poucos foram capazes de chegar. Em uma entrevista a um canal no YouTube, Piquet proferiu falas racistas contra Lewis Hamilton, após analisar os desdobramentos do GP de Silverstone de 2021. Naquela etapa, Hamilton disputava uma das voltas com Max Verstappen, que acabou saindo da pista e deixado a prova. "O neguinho meteu o carro e deixou…", disse. A frase ganhou as manchetes e o repúdio de diferentes níveis da sociedade. O caso fez com que a Fórmula 1 estudasse o banimento definitivo de Nelson Piquet da categoria, o que ainda não foi decidido.
Prost observa carro de Senna sendo empurrado na pista de Suzuka em 1989 (Steven Tee/Motorsport Images)
Arquibancada do setor A de Interlagos - João Raphael/Redes Sociais
Arquibancada do setor R de Interlagos - Arquivo pessoal
A evolução que costuma acompanhar as equipes nos boxes não parece ser a mesma de uma parcela considerável do público dentro da Fórmula 1. O poder aquisitivo de grande parte da torcida reforça alguns dos mais problemáticos estereótipos. A disputa saudável das pistas ganha a obscuridade onde só deveria existir festa e alegria. Em 2021, casos de assédio e importunação nas arquibancadas de Interlagos assustaram torcedoras que foram ao autódromo assistir os três dias de evento. Foi o primeiro grande evento da cidade de São Paulo após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 e o primeiro Grande Prêmio no país após a popularização da série Drive to Survive, da Netflix, que aumentou o interesse de uma nova geração pela categoria. Nos setores mais populares, a receptividade de torcedores agressivos quase estragou a experiência de mulheres e fãs de automobilismo. A radialista Gabriella Neubauer, que foi pela primeira vez a uma corrida de Fórmula 1 naquele ano, relembra o comportamento e a falta de ação da organização. "Eu fui com meu namorado e foi bem difícil. Quando ele precisava ir ao banheiro ou buscar comida, eu ficava sozinha. Nisso eu fui atacada, principalmente no sábado, por alguns homens. Porque eles queriam pegar o meu lugar e eu falei: 'não, eu cheguei aqui seis da manhã, estou aqui, meu namorado está aqui. E eles foram extremamente agressivos. Me xingaram, me empurraram, tentaram me bater e, em um momento onde ninguém quer meio que se intrometer, né? Então eu lembro de tentar chamar a segurança e não tinha nenhum segurança naquele momento", relata a publicitária. Casos do tipo não são novidade. Em 2014, Beatriz Rosenburg, criadora do movimento #RespectWomen, também foi vítima em Interlagos. A falta de ação dos staffs e da segurança no GP foi o principal alvo das críticas ao longo dos anos. Afinal, um ambiente hostil vira uma bomba-relógio se não tomadas as medidas necessárias. "Tinha uma vendedora ambulante, que vendia bebidas lá dentro, ela viu o que estava acontecendo e ela começou a gritar porque eles vieram para cima mesmo. E na hora eu comecei a gritar, eu sou baixinha e os caras eram bem mais altos. Depois vieram uns homens para cima, expulsaram o cara de lá, ameaçaram bater no cara e ele foi embora", relembra. Logo após a bandeirada final, depoimentos de vítimas lotaram as redes sociais. Em publicação no Twitter, a jornalista Mary Lisboa contou que foi assediada com comentários de um grupo de torcedores nas arquibancadas do setor G, local de onde partiram a maioria desses ataques. Ela conta que eles pararam quando o pai da jornalista chegou ao local.
"Eu fiquei bem assustada, confesso que não esperava. Ter uma agressão ou algo desse tipo. Acho que nesse ano de 2022 teve uma organização bem maior. Eu fiquei exatamente no mesmo lugar que fiquei no ano passado, no setor A, e eu senti que nesse ano tinha muito mais seguranças, tinha muito mais policiais e tinha muito mais mulher", comemora Gabriella. Como forma de mitigar casos assim dentro de Interlagos, a organização do GP de São Paulo criou um canal exclusivo para denúncias de torcedoras e passou a treinar os colaboradores do evento para lidar em casos do tipo. Nos telões de Interlagos, durante os três dias de evento, mensagens contra o assédio e o preconceito foram exibidas como forma de conscientização.
Casos assim não é exclusividade de espaços mais populares de Interlagos, tampouco das torcidas brasileiras. A modelo Yasmin Brunet divulgou, em suas redes sociais, que foi vítima de assédio de um homem durante a corrida de Fórmula 1 no GP desse ano. "Mais uma vez assediada e sabe o que o cara fala para o segurança? Que estou bêbada, que estou inventando. Todo mundo viu e ele tem coragem de agir assim. Me segurando para não chorar de ódio por estar mais uma vez nesta situação. O cara permaneceu no lugar. O segurança não fez nada. Deve ter acreditado nele, né? Porque são homens. Ele continuou falando que eu estava inventando", contou. Ela estava em um espaço onde o ingresso custa aproximadamente 16 mil reais. Outros casos que chamaram a atenção vieram de torcedores austríacos durante uma das etapas desse ano do GP da Áustria. O país, casa da equipe Red Bull Racing, possui grande parte de simpatizantes ao holandês Max Verstappen. Por conta disso, torcedores do inglês Lewis Hamilton, rival de Verstappen, foram atacados por assediadores nas arquibancadas da Red Bull Ring, circuito que recebe as corridas no estado da Estíria. Entre os relatos, comentários racistas e homofóbicos, além de casos de machismo e importunação sexual que fez a organização se pronunciar, prometendo providências.
Pintura contra o racismo na Fórmula 1 - Joe Klamar/AP
A Fórmula 1 e o Twitter - Arquivo pessoal
O conflito entre o público tradicional da Fórmula 1 e os novos fãs, que embarcaram na onda de popularidade do esporte, tem nas redes sociais uma enorme amplificação. E são os adeptos da F1TT, o grupo de fãs no Twitter, que ganham força. Para o Tomás, administrador de um dos perfis mais engajados na cobertura do esporte, o @blog_formula1, essa disputa logo deve ser superada. "É normal que, com todo esse novo público que a Fórmula 1 conseguiu trazer, haja esse choque de gerações. Mas esse problema é recorrente. Lembro que ocorreu comigo anos atrás, e nem tinha Drive to Survive, por exemplo. O fã antigo merece ser respeitado, ele é muito importante e traz uma bagagem enorme de conhecimento e vivência. Ao mesmo tempo, o novo fã hoje será o fã velho de amanhã, e é tão importante quanto. O bom convívio entre ambos garantirá um futuro melhor para todos", avalia.
A polarização política é um dos fatores que faz uma minoria barulhenta encontrar, no anonimato e em comentários carregados de preconceitos, amplificar vozes e pautas estabelecidas. Dentro do universo de fãs da Fórmula 1 não é diferente. Talvez a explicação esteja em seu escopo tradicional de torcedores, uma grande parcela de homens, de classes sociais mais altas, longe do debate social e perto do alinhamento com pensamentos retrógrados. Mas é pelos comentários de Tomás, e de uma grande rede que tem mudado a forma de consumo do esporte, que essa realidade começa a mudar. "Eu diria que a maioria é saudável. Claro que, como em todo esporte, há pessoas mal-intencionadas. Tento sempre que meu perfil seja um lugar sem preconceitos. Por isso, todo usuário que eu vejo que tenha um comportamento racista, homofóbico, machista, entre outros, denuncio à plataforma e bloqueio. Infelizmente não tenho o tempo necessário pra ver todos os casos, mas os que posso, faço", reforça o administrador. "A Fórmula 1 não quer mais simplesmente fazer uma corrida, ela quer fazer um evento. E não há dúvidas que o público é a chave de qualquer evento de sucesso", completa.
Em um ambiente virtual, mecanismos para tornar o ambiente mais seguro e livre de ataques de qualquer natureza são uma forma encontrada para eliminar o problema pela raiz. Mas a morosidade para que ações concretas de fato aconteça servem de estímulo para a impunidade. A estudante Laura Perandim, personagem de um capítulo desta reportagem, falou sobre os ataques que sofre constantemente por ser mulher comentando Fórmula 1 nas redes sociais. "Ser mulher e gostar de um esporte historicamente masculino torna os ataques quase inevitáveis. Eles podem ser sutis, como quando um homem presumiu que eu não sabia conceitos básicos do automobilismo. Podem ser de cunho sexual, quando outro me disse que eu deveria mandar uma foto íntima no privado dele se eu quisesse continuar comentando Fórmula 1 em paz", contou. Na grande maioria dos casos, os xingamentos partem de homens adultos com uma espécie de complexo de superioridade, por se autointitularem especialistas em automobilismo. "Logo depois do Grande Prêmio de São Paulo de 2022, por exemplo, tive que privar minha conta para parar de receber comentários me dizendo que 'mulher não entende nada de carro, nem deveria comentar sobre esporte de homem'. Eram tantos que fiquei com medo de perder a conta", revelou.
Fã de Lewis Hamilton, Abner Ferreira e seu filho Vinícius foram vítimas de fanáticos torcedores rivais por um momento de felicidade e descontração. O vídeo dele, comemorando uma marca esportiva do seu ídolo, viralizou nas redes sociais e foi compartilhado pelo próprio piloto da Mercedes. "Eu li muitos comentários de pura agressividade e preconceito, por comemorar uma vitória de um piloto que não era brasileiro. Ou que era negro, que a forma que eu gritei era coisa de gay, que eu estava dando um mau exemplo para o meu filho por torcer por alguém que não era brasileiro e por gritar como um louco. Confesso que particularmente não me abalei com essas ofensas, porque o ser humano está ficando cada vez mais pobre de espírito. Parece que estamos voltando aos tempos das cavernas". Na rede social, ainda é possível ver comentários preconceituosos, em diferentes camadas de ódio e ignorância. "Eu fiz a minha parte, que foi denunciar as pessoas que fizeram esses comentários e foquei em curtir essa vitória", finaliza.
Nos fins de semana de corrida, é possível que você se depare com o arquiteto e urbanista João Raphael comentando Fórmula 1 pelas redes sociais. Fã de automobilismo, daqueles que coleciona carrinhos de Hot Wheels, ele acompanha a categoria desde 2006. Ninguém melhor para perceber o crescimento e as mudanças de público ao longo do tempo. "Muita gente que chegou nos últimos anos, com a expansão, principalmente por causa da Netflix. Alguns tomam partido de um lado, de uma equipe ou um piloto e não buscam estudar a história, as regras, pegam o bonde andando. Eles já querem 'sentar-se na janelinha'. Daí surgem conflitos com a galera mais antiga. Ainda há um pouco de preconceito enraizado. Mas acredito que há espaço para todos, muita gente se apaixona pela categoria, por todo o contexto, e chegando para agregar, a base de fãs sempre vai recepcionar. Hoje em dia existem diversas páginas brasileiras que acompanham a Fórmula 1, fã-clubes das equipes e diversas pessoas comentando que uns seis anos atrás ninguém imaginava. Acho que quanto mais gente acompanhando melhor, mais completa a experiência fica", analisa. João é um entusiasta do Twitter e explica a importância da rede social para acompanhar todos os detalhes das provas. "É como uma segunda tela, acontece muita coisa ao mesmo tempo durante uma sessão e algumas vezes nem mesmo a transmissão ou quem está comentando consegue passar tudo para nós. Então, aí que entra o Twitter com a transcrição de um rádio que passou batido ou foi resumido, um replay ou um print de algum toque, além das especulações sobre as estratégias. Acaba que complementa a experiência de quem assiste e quer se aprofundar ao máximo no que está acontecendo. Quase sempre assisto as corridas sozinho, e aí o Twitter se torna minha companhia para comentar e debater com os amigos virtuais o que tá rolando", complementa.
A jornalista Nathalia de Vivo, editora do site F1 Mania e uma das principais profissionais a cobrir a Fórmula 1, comentou sobre ataques sofridos e a forma de lidar com o preconceito, principalmente em redes sociais. "Acredito que pelo crescimento de mulheres interessadas, a gente vê ataques. Em Interlagos, diversas medidas foram tomadas tanto da organização quanto de torcedoras. Nas redes sociais a situação é um pouco mais complicada, mas é bom que muitas das meninas se apoiam, encontraram grupos e a voz para se posicionarem. E o mais importante é que não recuam, seguem falando, criando conteúdo onde querem que elas saiam". Na internet, grupos e rede de apoio a mulheres são o mecanismo visível que protege e estimula a ocupação de espaços. Junto com uma nova geração de apaixonados por Fórmula 1, vem o debate por pautas e conceitos que regem uma sociedade mais igualitária, sem preconceitos com raça, gênero ou condição social. Mesmo que ainda seja necessário colocar uma espécie de Safety Car na disputa das torcidas, é nítida que mudanças profundas vieram para mudar a cara do esporte com a mesma paixão na velocidade das pistas.
Carro de Max Verstappen na Red Bull Ring durante o GP da Áustria em 2021 (Getty Images/Red Bull Content Pool)
FOTOS BLOCO DE CONTEÚDO:
Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi - ESPN Images. Niki Lauda e James Hunt - Red Bull Content Pool. Nigel Mansell e Nelson Piquet - Reprodução/Terra. Ayrton Senna e Alain Prost - Reprodução/UOL. Michael Schumacher e Fernando Alonso - Clive Mason/Getty Images. Mika Rakkinen e Michael Schumacher - Reprodução/CM Helmets. Lewis Hamilton e Max Verstappen - Joe Portlock/F1.
Max Verstappen e Charles Leclerc - Mark Thompson/Getty Images
Niki Lauda e James Hunt - F1.com. Carro da Red Bull - Getty Images/Red Bull Content Pool.
Capacete com Black Lives Matter - Reprodução/Redes Sociais. Gilles Villeneuve e Didier Pironi - Motorsport Images